Você conhece alguém que tem dedo podre no amor, né? Com certeza, já deve ter escutado uma amiga ou alguém dizer que sempre erra na hora de escolher relacionamentos amorosos. No post de hoje, vou contar o que pode estar por trás dessa “maldição” e revelar os caminhos para sair dessa rotina de namoros fracassados.
Afinal, a quantidade de relacionamentos fracassados tem aumentado. Talvez por causa da pandemia do novo coronavírus, que forçou os casais a uma convivência intensificada. Fiz uma pesquisa e encontrei um dado alarmante. De acordo com um levantamento do Colégio Notarial do Brasil, 76.175 divórcios foram registrados em 2020. Quase o dobro do ano anterior.
Muitas vezes, vamos em busca de uma relação amorosa com uma mochila cheia de idealização. De que o outro vai me preencher, de que desta vez vou encontrar a pessoa certa… e que essa história de dedo podre no amor vai acabar.
Pense comigo: se temos dedo podre, significa que um dos nossos dedos não está legal. Ele precisa de cuidados. Ou seja, não estamos inteiros para entrar em um relacionamento real. E digo real porque é bem diferente das idealizações que criamos que só alimentam a espera de um príncipe encantado. Quem tem dedo podre no amor costuma acreditar que depende da relação para ser feliz. Como acabar com isso?
É o que vou explicar a partir de agora. E se, após a leitura, você tiver qualquer dúvida ou quiser conversar sobre o assunto, clique aqui e mande uma mensagem.
Dedo podre no amor: a origem da expressão… e do problema!
O próprio termo “dedo podre no amor” nos convida a olhar para nossas questões. Que lugar dentro da gente, do nosso inconsciente está podre? Que precisamos deixar partir?
Talvez um relacionamento amoroso difícil que tivemos e não soubemos como nos despedir da pessoa. Algo continua preso em nós quando lembramos dela. Coisas que não foram ditas. Mágoas. Ressentimentos. Que nos mantêm presos ao passado. É um conteúdo emocional que carregamos e que acaba alimentando nosso dedo podre no amor.
Outro ponto é a relação com nossos pais. Afinal, a primeira referência de relacionamento afetivo que temos é através deles. É importante que olhemos principalmente desde a gestação até os nossos 7 anos de idade. Algumas perguntas podem nos ajudar a ter mais clareza nesse sentido:
– Como era a relação dos nossos pais? Eles brigavam? Ou nunca discutiam?
– Se brigavam, você chegou a presenciar? Como era para você, como se sentia?
– Seus pais se separaram? Se sim, quantos anos você tinha?
– Seus pais adoeceram quando você era pequeno? Alguém na família faleceu ou adoeceu quando você tinha essa idade?
Todas essas situações vão influenciar suas decisões no campo amoroso. E geralmente te levarão às piores escolhas.
Dedo podre no amor: como curar essa maldição?
Trouxemos algumas direções que alimentam nosso dedo podre no amor, ou seja, as escolhas feitas de uma maneira difícil. Parece que nunca vai dar certo com alguém. Que não tem saída. Não tem solução.
Eu mesmo passei por isso. Muitos anos atrás, vivia escolhendo relacionamentos que não iam para frente. Conhecia pessoas que não me valorizavam, que não queriam algo sério. Hoje eu vejo com muita clareza que os sinais apareciam, mas eu, na minha ingenuidade, não queria ver. Fechava os olhos. Porque eu carregava coisas podres dentro de mim, que alimentavam o dedo podre nas escolhas amorosas.
Tomei coragem e fui fazer terapia. Com o tempo dentro da terapia e de outras buscas que comecei a fazer na época, fui percebendo o quanto eu tinha carregado de questões com meus pais, e da minha história de vida.
Estar misturado nas questões dos nossos pais alimenta bastante nosso dedo podre. Fica insustentável encontrar um relacionamento que venha para somar, se a gente, no nosso íntimo, de forma escondida, quer salvar nossos pais. Ou no meu caso, estava como filhinho da mamãe. Ou seja: me colocava internamente, de uma maneira inconsciente, como parceiro da minha mãe.
Pergunto para você: que espaço havia na minha vida para chegar alguém que realmente queria estabelecer uma relação? Não tinha jeito! E se eu continuasse a buscar fora, sem olhar para dentro, o resultado ia continuar o mesmo: dedo podre no amor atrás de dedo podre no amor. Era capaz dos outros dedos também ficarem podres.
A gente evita tanto esse embate interno, com nossas questões, que muitas vezes preferimos que os outros dedos fiquem podres do que mudar de dentro para fora. Buscamos culpados. Nos colocamos como vítimas. (Fiz muito isso!). É uma parte dentro da gente que não quer crescer, não quer mudar. Resiste ao crescimento de verdade. Prefere ficar alimentando ilusões. Esperando o príncipe encantado. Ou querendo salvar a princesa do castelo. Isso não existe!
A mulher precisa aprender a se valorizar!
Para acabar com a maldição do dedo podre no amor, a mulher precisa aprender a se valorizar. Se priorizar. Mas isso só pode acontecer quando ela tem clareza das suas necessidades.
Uma pergunta para a mulher se fazer é: como ela olha para o pai? De que maneira a mãe dela fala do pai dela? E o quanto ela, como filha, acha, percebe e sente sobre o pai que pode estar contaminado pelo olhar da mãe? Pelas dores que a mãe passou na relação com esse homem, pelas mágoas que carrega dele… às vezes com traições, violências verbal ou física.
São pesos que fazem parte da história dos pais. Porém, muitas filhas acabam carregando algo que não são delas, trazendo um prejuízo enorme na sua vida amorosa, alimentando o dedo podre nas escolhas.
Faça este exercício agora mesmo!
Feche os olhos, respire profundamente pelo nariz e solte pela boca. Faça 3 vezes essa respiração. Agora, de olhos fechados, traga sua mãe e seu pai na sua imagem interna.
Coloque seus pais atrás de você. Olhe nos olhos da sua mãe e diga: “Primeiro você, mamãe. Você é grande aqui. É pesado carregar as questões de vocês. Por favor, mamãe.”
Agora olhe nos olhos do seu pai e diga: “Você é o pai certo para mim. O pai que minha mãe escolheu. E as questões entre vocês eu deixo com vocês. Com respeito. Com amor.” Faça uma reverência para ambos. Se curve aos seus pais.
Com esse breve exercício, perceba como você se sente emocionalmente, quais as sensações no seu corpo ao fazer os movimentos com sua mãe, e com seu pai. E como foi dizer: fácil, difícil? Foi mecânico ao dizer ou foi verdadeiro? Foi da boca para fora ou saiu honestamente?
Quando a gente se volta internamente aos nossos pais e deixa as questões deles com eles, de uma forma verdadeira, vai abrindo um espaço dentro da gente para chegar alguém que realmente esteja disponível para um relacionamento amoroso. Nossos pais fazem parte das nossas origens, assim como uma árvore para crescer precisa de raízes fortes.
Quando fortalecemos as raízes emocionais com nossos pais, nossa vida amorosa ganha muito mais força para crescer. Igual a árvore conectada à suas raízes.
Precisa de ajuda para lidar com seu dedo podre no amor?
Se você ainda não me conhece, gostaria de me apresentar: sou Renato Dalpino, psicólogo, especialista em relacionamentos e fundador da clínica Amor de Gente Grande. Nos últimos anos, tenho ajudado centenas de mulheres a se livrarem da síndrome do dedo podre no amor, em sessões online ou em meus espaços de atendimento, em Atibaia e no bairro de Perdizes, em São Paulo.
É um prazer apoiar pessoas como você a redefinirem a qualidade de seus relacionamentos. Se tiver qualquer dúvida, não fique constrangida: pode clicar aqui e enviar uma mensagem. Estou acostumado a lidar com qualquer tipo de problema, sempre com seriedade e privacidade.
Até a próxima!